Poeta Vagabundo

1/26/2007

Um café em Lisboa

Um café em Lisboa. As chávenas tilintam ao bater nos pires. Pessoas conversam, jovens trocam impressões sobre o último exame na faculdade. Há um piano, mas ninguém toca. As empregadas levantam as mesas e arrumam as cadeiras à medida que os clientes se vão embora. Talvez venham mais, pensam. E vêm, vêm sempre mais ocupar as cadeiras agora vazias. Quantas pessoas se sentarão na mesma mesa por dia? Agora uma varre o chão, outra passa pela sala e o toc toc dos seus saltos enche o espaço. As brasileiras conversam naquele português irritante, com os r’s esquisitos. Um político fala na televisão. Mais demagogia que as pessoas esperançosas ouvem e julgam acreditar. A mulher dos saltos altos volta...ou será outra? Sei lá, são todas iguais!! Alguém pede uma bola. Mas que raio? Uma bola? O meu cigarro acabou, tenho de ir apanhar o comboio, vou-me embora...